quarta-feira, 5 de maio de 2010

O novo acordo ortográfico visto pelos falantes

Entre 10 de Maio e 3 de Junho de 2010 realizar-se-ão várias palestras ministradas por Sílvia MELO-PFEIFER (Universidade de Aveiro/ Stendhal Grenoble 3) em seis universidades alemãs (Germersheim, Heidelberg, Saarbrücken, Freiburg, Hamburgo, e Livre de Berlim), destinadas a apresentar e debater as alterações introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Resumo da intervenção:

Pretende-se, neste ciclo de intervenções, reflectir acerca das múltiplas declinações dos discursos acerca do acordo ortográfico (AO) para a Língua Portuguesa, na opinião pública, e das suas consequências pedagógico-didácticas. Para tal, apresentaremos, depois de uma breve apresentação do conteúdo do AO, uma análise dos textos da caixa de comentários dos leitores do jornal Público (versão on-line), de forma a vislumbrar os discursos que circulam acerca daquele acordo.
As nossas observações permitem-nos afirmar que a discussão acerca do AO envolve múltiplos discursos (isto é, diferentes posicionamentos ideológicos relativos ao objecto discutido):

- discursos (neo e post) colonialistas, servindo de pano de fundo para debater as relações de poder entre os países da lusofonia, mais precisamente, entre Portugal e o Brasil, países em torno dos quais se vislumbram as maiores tensões na discussão acerca do AO;
- discursos de ecologia linguística, no sentido em que se referem às relações entre as línguas, às suas evoluções e espaços de circulação;
- discursos de política linguística, explicitadores, por um lado, dos princípios que influenciam a política conduzida pelos Estados no sentido de conformar o uso da língua portuguesa e, por outro, dos argumentos culturais, económicos e políticos que subjazem ao AO;
- discursos sociolinguísticos, revelando a (falta de) cultura linguística dos cidadãos, nomeadamente os seus conhecimentos acerca de Linguística (evolução diacrónica e sincrónica da Língua Portuguesa; diferenças entre ortografia, fonética, léxico e sintaxe; variantes e variedades; homonimia e homofonia; norma/s ...), assim como atitudes e representações em relação àqueles aspectos;
- discursos didácticos, já que evidenciam imagens e representações acerca da Língua Portuguesa (enquanto objecto socio-afectivo, cultural, político/objecto de poder, instrumento de comunicação, ...) e acerca do modo como se aprende e se ensina.

Tentaremos concluir, depois da explicação e exemplificação de cada um destes discursos e da forma como se relacionam, reflectindo acerca da forma como todos eles interpelam a Didáctica do Português (LM e LNM), colocando desafios ao nível do ensino-aprendizagem desta língua.

Calendarização

11 de Maio- Universidade Johannes Gutenberg (Institut für Romanistik secção Spanische und Portugiesische Sprache und Kultur, Germersheim /Rhein), às 14h.30, na sala 00329.

12 de Maio - Universidade de Heidelberg, às 18 horas na sala de conferência KSII, Seminar für Übersetzen und Dolmetschen (SÜD), Plöck 57A.

18 de Maio - Universidade de Saarbrücken, às 15:00 horas no Geb C7.4 , Raum 1.17.

19 de Maio – Universidade de Freiburg, às 18 horas na Biblioteca do Romanisches Seminar.

1 de Junho – Universidade de Hamburgo(Centro de Língua Portuguesa), às12h15 na sala 663.

2 de Junho – Universidade Livre de Berlim, às 12.15 h, Raum K 26/21 ou Jk 27/022 a.