segunda-feira, 1 de novembro de 2010

e nem só os alunos, Isabela

Já há muito que a Isabela nos acostumou a posts com ironia, com tiradas amargas, com amarguices da vida de todos os dias, com humor a sério e outro a brincar.

Desta vez escreve-nos um texto muito interessante e a desdramatizar as alterações acerca do Acordo Ortográfico.

Deixo a referência:

http://novomundoperfeito.blogspot.com/2010/11/lingua-portuguesa-e-de-borracha.html

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Expresso /também) faz política linguística

"EDITORIAL: Adotar um acordo

A forma de escrever palavras, a que se dedica a ortografia, não nos porá todos a falar, ou sequer a escrever, do mesmo modo. Mas é uma forma de projetar o nosso idioma

O Expresso, costumam dizer os seus leitores e até os seus mais ferozes críticos, é uma instituição. Embora recusemos essa classificação, no que ela tem de mais institucional, agradecemo-la naquilo em que se refere ao nosso esteio de credibilidade. É, pois, esta instituição, melhor diremos este jornal, que doravante adota o acordo ortográfico.

A nova ortografia entra nestas páginas polémicas à parte. Não queremos com isto significar que o acordo é bom, nem sequer o adotamos por não termos outra hipótese senão fazê-lo. Do nosso estatuto editorial faz parte a defesa da língua portuguesa e é, tão somente, nessa perspetiva que nos colocamos. Consideramos que o português, que nos liga em cinco continentes e é no fundo a nossa pátria, como escreveu Pessoa, fica a ganhar se houver alguma unificação ortográfica, ainda que modesta.

Mas uma consideração de ordem mais prática nos leva a adotar o acordo. Em breve, assentes as ondas da polémica, escrever uma palavra com a grafia que aprendemos na escola parecerá tão desajustado como utilizar as grafias com que Eça e Camilo (para não ir mais longe) escreveram as suas obras literárias. Por exemplo, este título. Se daqui a um ou dois anos escrevêssemos adoptar causaríamos uma estranheza significativa. Seria como agora escrevermos pae ou mãi, a ortografia de antes de 1911.

O Expresso pretende-se um jornal com um grande passado e com um grande futuro. Não poderia ficar agarrado a um conceito por razões de mero conservadorismo ou por alguns dos seus redatores preferirem escrever da forma que aprenderam."

Editorial publicado na edição de 26 de Junho de 2010

O Jornal Expresso aproveita ainda para explicar as principais alterações: ver aqui.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O novo acordo ortográfico visto pelos falantes

Entre 10 de Maio e 3 de Junho de 2010 realizar-se-ão várias palestras ministradas por Sílvia MELO-PFEIFER (Universidade de Aveiro/ Stendhal Grenoble 3) em seis universidades alemãs (Germersheim, Heidelberg, Saarbrücken, Freiburg, Hamburgo, e Livre de Berlim), destinadas a apresentar e debater as alterações introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Resumo da intervenção:

Pretende-se, neste ciclo de intervenções, reflectir acerca das múltiplas declinações dos discursos acerca do acordo ortográfico (AO) para a Língua Portuguesa, na opinião pública, e das suas consequências pedagógico-didácticas. Para tal, apresentaremos, depois de uma breve apresentação do conteúdo do AO, uma análise dos textos da caixa de comentários dos leitores do jornal Público (versão on-line), de forma a vislumbrar os discursos que circulam acerca daquele acordo.
As nossas observações permitem-nos afirmar que a discussão acerca do AO envolve múltiplos discursos (isto é, diferentes posicionamentos ideológicos relativos ao objecto discutido):

- discursos (neo e post) colonialistas, servindo de pano de fundo para debater as relações de poder entre os países da lusofonia, mais precisamente, entre Portugal e o Brasil, países em torno dos quais se vislumbram as maiores tensões na discussão acerca do AO;
- discursos de ecologia linguística, no sentido em que se referem às relações entre as línguas, às suas evoluções e espaços de circulação;
- discursos de política linguística, explicitadores, por um lado, dos princípios que influenciam a política conduzida pelos Estados no sentido de conformar o uso da língua portuguesa e, por outro, dos argumentos culturais, económicos e políticos que subjazem ao AO;
- discursos sociolinguísticos, revelando a (falta de) cultura linguística dos cidadãos, nomeadamente os seus conhecimentos acerca de Linguística (evolução diacrónica e sincrónica da Língua Portuguesa; diferenças entre ortografia, fonética, léxico e sintaxe; variantes e variedades; homonimia e homofonia; norma/s ...), assim como atitudes e representações em relação àqueles aspectos;
- discursos didácticos, já que evidenciam imagens e representações acerca da Língua Portuguesa (enquanto objecto socio-afectivo, cultural, político/objecto de poder, instrumento de comunicação, ...) e acerca do modo como se aprende e se ensina.

Tentaremos concluir, depois da explicação e exemplificação de cada um destes discursos e da forma como se relacionam, reflectindo acerca da forma como todos eles interpelam a Didáctica do Português (LM e LNM), colocando desafios ao nível do ensino-aprendizagem desta língua.

Calendarização

11 de Maio- Universidade Johannes Gutenberg (Institut für Romanistik secção Spanische und Portugiesische Sprache und Kultur, Germersheim /Rhein), às 14h.30, na sala 00329.

12 de Maio - Universidade de Heidelberg, às 18 horas na sala de conferência KSII, Seminar für Übersetzen und Dolmetschen (SÜD), Plöck 57A.

18 de Maio - Universidade de Saarbrücken, às 15:00 horas no Geb C7.4 , Raum 1.17.

19 de Maio – Universidade de Freiburg, às 18 horas na Biblioteca do Romanisches Seminar.

1 de Junho – Universidade de Hamburgo(Centro de Língua Portuguesa), às12h15 na sala 663.

2 de Junho – Universidade Livre de Berlim, às 12.15 h, Raum K 26/21 ou Jk 27/022 a.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

“Muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa”: compreender as línguas românicas através do Português

Foi este o título escolhido por Sílvia Melo-Pfeifer (CIDTFF - Universidade de Aveiro) para o atelier de Línguas Românicas realizado no âmbito das Jornadas do PLE, organizadas pela Leitora Catarina Castro, do Instituto Camões, na Freie Universität Berlin (4 de Maio).

Breve descrição
Os estudos acerca da intercompreensão entre línguas vizinhas têm evidenciado o papel da proximidade linguística no acesso ao sentido de línguas com as quais se teve pouco ou nenhum contacto prévio. Tal é possível através de fenómenos de transferência, como a capacidade de encontrar transparências semânticas, sintácticas, morfológicas ou fonéticas ou a capacidade de reconhecer esquemas textuais e situacionais, por exemplo, em situações de contacto com enunciados orais e/ou escritos em línguas desconhecidas ou pouco conhecidas.
Neste atelier, de teor teórico-prático, procuraremos mostrar que o Português pode ser uma passerelle para as restantes línguas românicas se a tónica do ensino-aprendizagem for colocada, à revelia das práticas que temos observado, mais nas proximidades que nas diferenças interlinguísticas, partindo de evidências dos projectos Galatea, Galanet e Galapro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

e é porque concordo que republico...

“Aconteceu uma coisa terrível na Educação: tudo tem de ser divertido, nada pode dar trabalho” (Alice Vieira)

Ler tudo aqui.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Um blogue que é uma sugestão de leitura...

... acerca da educação em Portugal, das reformas em curso, etc etc etc... Chama-se "a educação do meu umbigo".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Galapro vai à ExpoBerlin 2009...


Galapro – Formation de Formateurs à l’Intercompréhension en Langues Romanes


Nous présenterons le projet “Galapro” (Projet LLP, financé par l’Union Européenne), qui se penche sur la didactique du plurilinguisme et l’intercompréhension. Ce projet s’inscrit dans une perspective actionnelle et prône le plurilinguisme en tant que valeur européenne (Conseil de l’Europe, 2001). Galapro cherchera à développer un réseau de formation spécialisé autour de l’intercompréhension entre le catalan, l’espagnol, le français, l’italien, le portugais et le roumain, à travers la formation hybride ou à distance de formateurs (notamment de professeurs de langues).

Cette formation est conçue selon une logique de formation intégrant i) la formation à la didactique de l’intercompréhension par des pratiques d’intercompréhension ; et ii) la constitution de communautés pédagogiques virtuelles de pratique et d’enseignement/apprentissage collaboratifs de l’intercompréhension.



Maria Helena de Araújo e Sá & Sílvia Melo

sábado, 27 de setembro de 2008

Reformulação do ensino do PLE

O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, afirmou ontem que a "refundação" do Instituto Camões vai implicar uma reformulação do ensino da Língua Portuguesa no estrangeiro, atendendo a que muitos alunos "não querem o Português literário".

Pinto Ribeiro, que falvava em Paris nos Estados Gerais do Multilinguismo, manifestou a sua preocupação com as diásporas, onde considera ser necessário fazer um "trabalho de ensino como primeira língua, como língua estrangeira, e como língua que concorre com a língua dos países para onde essas comunidades emigraram."

"Está previsto que se refunde o Instituto Camões. O que significa prestar uma especial atenção a todos estes curriculos do ensino do Português, que vão ter que ter em consideração que há muita gente que não quer Português literário. É preciso motivar as pessoas e responder às necessidades e desejos das pessoas. Para isso, já alocámos um fundo de 30 milhões para a Língua Portuguesa", afirmou.

Falando da defesa e promoção da língua portuguesa, que é central à Presidência Portuguesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, o ministro da Cultura salientou que o Português é hoje "a terceira língua europeia mais falada no mundo".

"Nas instituições internacionais, é preciso fazer um trabalho para impor a Língua Portuguesa", salientou.

"A Criatividade e a Inovação Pedagógica no Ensino das Línguas", "A Competitividade Económica e a Coesão Social", e "A Tradução e Circulação de Obras Culturais", foram os principais temas dos Estados Gerais do Multilinguismo, inserido no Dia Europeu das Línguas.

Responsáveis políticos e institucionais, especialistas e representantes da sociedade civil participaram no debate, que decorreu no Grande Anfiteatro da Universidade da Sorbonne, na capital francesa. Todos os participantes colocaram em destaque o benefício que os cidadãos europeus podem conquistar através das suas competências linguísticas. Na compreensão da própria língua, na mobilidade, na evolução profissional, ou até mesmo no acesso a conteúdos e obras culturais.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1344137

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Professores de Português nos Estados Unidos acusam Portugal de não investir no ensino da língua

Segundo Raul Rodrigues, da escola secundária norte-americana Durffe High School, de Fall River, estado de Massachusetts, o "Estado português prefere investir milhares de dólares e apoiar leitorados de Português em universidades onde estudam meia dúzia de alunos estrangeiros".

"A minha escola (Durffe HS) precisa de professores de Português, mas não os encontra porque eles não se formam nas universidades norte-americanas", sublinhou o professor.

"No entanto, o Estado português continua a investir milhares de dólares em Centros de Português em universidades norte-americanas não se sabe bem para quê", acrescentou.

Durante a reunião na Horta, que reuniu 120 professores, ouviram-se muitas queixas de docentes que lutam "com falta de tudo e de mais alguma coisa" para ensinaram Português aos luso-descendentes, reclamando apoio de Portugal.

Lamentam ainda o facto do secretário de Estado Adjunto e da Educação português, Jorge Pedreira, presente no encontro, lhes ter levado uma mensagem que é mais de "desilusão" do que de "esperança".

"De um momento para o outro, a nova legislação do Ensino do Português no Estrangeiro ignora totalmente as escolas comunitárias, a comunidade e o trabalho aqui desenvolvido ao longo dos anos, optando por criar uma certificação que é uma espécie de exame da escola virtual que todos sabem e que ninguém se vai dar ao trabalho de fazer", frisou um dos docentes que participou na reunião com Jorge Pedreira e que preferiu o anonimato.

Lúcia Lopes, por seu lado, referiu que a nova legislação esvaziou estas escolas e estes cursos de qualquer valor junto das comunidades, ao retirar-lhes os professores que aqui se encontravam destacados, agora obrigados a optar entre os Estados Unidos, sem vínculo à Função Pública, e as escolas a que pertencem em Portugal.

Nos Estados Unidos existem cerca de 50 escolas comunitárias pertencentes a associações, igrejas e comissões de pais, onde é ensinada a Língua Portuguesa aos filhos dos emigrantes. O ensino do Português como língua estrangeira existe apenas em meia dúzia de escolas norte-americanas nos estados da Califórnia, Massachusetts e Nova Jérsia.

Os professores que participaram no XVI Encontro manifestaram-se ainda pessimistas em relação ao futuro deste ensino com a passagem da sua tutela para o Instituto Camões, que dizem estar mais vocacionado para o ensino universitário.

A Associação de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá, responsável pela organização do Encontro, pediu, nas conclusões, um compromisso explícito do governo português nesta questão, concluindo que "há a necessidade de implementar uma estratégia comum" para os Estados Unidos e Canadá, "que inclua todos os níveis de ensino, desde o integrado às escolas comunitárias e universidades, através de coordenadores que conheçam a realidade específica deste espaço da diáspora portuguesa".


in Público, 21/7/2008