O livro on-line "Português para estrangeiros: Territórios e fronteiras" (ISBN: 978-85-61512-00-2) acaba de sair, com organização de Rosa Marina de Brito Mayer e de Ida Rebelo.
Nas palavras das organizadoras:
"Português para Estrangeiros: territórios e fronteiras reúne artigos contendo tanto discussões de assuntos relacionados ao tema quanto resultados de análises de dados, sempre abordando questões surgidas da reflexão oriunda de pesquisas, da prática do ensino de Português a falantes de outras línguas ou de atividades relativas à formação de professores. Sejam essas ações pontuais - como aquelas realizadas em projetos de ensino-aprendizagem à distância -, sejam contínuas - como o curso de Formação de Professores de Português para Estrangeiros oferecido anualmente na PUC-Rio ou as turmas de Português para Estrangeiros, oferecidas tanto na PUC-Rio como em outras instituições do Rio de Janeiro e de outros estados do Brasil, todas estão acolhidas nesta publicação.
Buscamos combinar textos que apresentam uma variedade, no que concerne às produções dos autores, de espaço geográfico, nacionalidade e língua, bem como colocar o foco na questão metafórica dos territórios que constituem a área de estudos e pesquisa do Português como Segunda Língua e a sua prática profissional quotidiana. (continua)"
Todos os textos disponíveis a partir de http://www.letras.puc-rio.br/publicacoes/ccci/geral.html
"Não tenhas a pretensão de ser inteiramente novo no que pensares ou disseres. Quando nasceste já tudo estava em movimento e o que te importa, para seres novo, é embalares no andamento dos que vinham detrás." Vergílio Ferreira, Pensar (1992; 226)
sábado, 14 de junho de 2008
terça-feira, 3 de junho de 2008
Expansão Portuguesa e Diálogo(s) Intercultural(ais)
A ligação do Português com outras línguas não-europeias é destaque na exposição bibliográfica "Aventura da Língua Portuguesa", que a partir de hoje estará patente na Biblioteca Nacional (BNP).
A mostra, que ficará na sala de Referência da BNP até 29 de Agosto, é comissariada por Telmo dos Santos Verdelho, que no catálogo salienta a "memória histórica da relação interlinguística do português com muitas línguas não europeias", nomeadamente a partir de 1415, quando Portugal conquistou a praça marroquina de Ceuta. Essa influência "alargou-se a toda a África e depois à América do Sul, Ásia e Oceânia", lê-se numa nota à imprensa da BNP.
A mostra está organizada em quatro núcleos: "Percursos e espaços da língua portuguesa no mundo: a expansão marítima e o encontro interlinguístico"; "Contactos próximos: o árabe e o hebraico"; "A produção interlinguística no âmbito da missionação: manuscritos e impressos relativos a África, Brasil e Oriente"; e por último "Lexicografia contemporânea e investigação".
Segundo a mesma nota, "a mostra testemunha a reflexão histórica sobre a diversidade das línguas e culturas e as dificuldades que as mesmas constituíram nas relações iniciais de Portugal com outros povos". A exploração marítima portuguesa e a consequente missionação, tratos de comércio, tratados diplomáticos, revelam "aspectos do mesmo esforço de compreensão da diferença que os documentos agora apresentados comprovam".
O padre José Anchieta assume particular destaque no primeiro núcleo onde estão cartografadas as rotas das caravelas portuguesas que são a origem da actual situação da língua portuguesa no mundo. O "Diário da Viagem de Vasco da Gama" (1498), de Álvaro Velho, é um dos documentos expostos e que "pode ser considerado o primeiro roteiro interlinguístico, onde se encontram múltiplas indicações da consciência da diferença das línguas encontradas e um pequeno glossário da 'linguagem de Calecute'", salienta a mesma nota.
A estreita ligação do hebreu a Portugal é salientada no segundo núcleo que apresenta documentos escritos em hebraico. O comunicado da BNP salienta "a influente e alargada comunidade judaica" e como esta se fez sentir noutros domínios, nomeadamente na cartografia. "O reconhecimento social desta elite urbana exprime-se na inclusão da língua hebraica no currículo humanista a par do grego e do latim". Neste núcleo são também analisadas as ligações com o árabe, desde a conquista muçulmana em 711 e mais tarde com as conquistas portuguesas no Norte de África, a partir de 1415.
O terceiro núcleo é dedicado à missionação e à sua expansão para Oriente, América do Sul e em África. Neste núcleo são apresentados os primeiros dicionários manuscritos, feitos pelos jesuítas, quer de línguas africanas, quer de orientais e de etnias brasileiras. Serão expostas "cartilhas, notícias da chegada da tipografia a paragens distantes (caso do Japão), glossários de línguas tão exóticas como o concanim (Índia) ou o tétum (Timor-Leste), transliterações de dialectos brasílicos e angolanos, notas sobre as estruturas das línguas são alguns dos textos manuscritos e impressos que dominam este núcleo central", segundo o mesmo documento.
“O último núcleo mostra a produção sistemática e crítica sobre o confronto do português com línguas que verbalizam civilizações e mundos diferentes”, refere a BNP.
Esta mostra insere-se nas comemorações do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
Notícia do Público (2/6/08).
A mostra, que ficará na sala de Referência da BNP até 29 de Agosto, é comissariada por Telmo dos Santos Verdelho, que no catálogo salienta a "memória histórica da relação interlinguística do português com muitas línguas não europeias", nomeadamente a partir de 1415, quando Portugal conquistou a praça marroquina de Ceuta. Essa influência "alargou-se a toda a África e depois à América do Sul, Ásia e Oceânia", lê-se numa nota à imprensa da BNP.
A mostra está organizada em quatro núcleos: "Percursos e espaços da língua portuguesa no mundo: a expansão marítima e o encontro interlinguístico"; "Contactos próximos: o árabe e o hebraico"; "A produção interlinguística no âmbito da missionação: manuscritos e impressos relativos a África, Brasil e Oriente"; e por último "Lexicografia contemporânea e investigação".
Segundo a mesma nota, "a mostra testemunha a reflexão histórica sobre a diversidade das línguas e culturas e as dificuldades que as mesmas constituíram nas relações iniciais de Portugal com outros povos". A exploração marítima portuguesa e a consequente missionação, tratos de comércio, tratados diplomáticos, revelam "aspectos do mesmo esforço de compreensão da diferença que os documentos agora apresentados comprovam".
O padre José Anchieta assume particular destaque no primeiro núcleo onde estão cartografadas as rotas das caravelas portuguesas que são a origem da actual situação da língua portuguesa no mundo. O "Diário da Viagem de Vasco da Gama" (1498), de Álvaro Velho, é um dos documentos expostos e que "pode ser considerado o primeiro roteiro interlinguístico, onde se encontram múltiplas indicações da consciência da diferença das línguas encontradas e um pequeno glossário da 'linguagem de Calecute'", salienta a mesma nota.
A estreita ligação do hebreu a Portugal é salientada no segundo núcleo que apresenta documentos escritos em hebraico. O comunicado da BNP salienta "a influente e alargada comunidade judaica" e como esta se fez sentir noutros domínios, nomeadamente na cartografia. "O reconhecimento social desta elite urbana exprime-se na inclusão da língua hebraica no currículo humanista a par do grego e do latim". Neste núcleo são também analisadas as ligações com o árabe, desde a conquista muçulmana em 711 e mais tarde com as conquistas portuguesas no Norte de África, a partir de 1415.
O terceiro núcleo é dedicado à missionação e à sua expansão para Oriente, América do Sul e em África. Neste núcleo são apresentados os primeiros dicionários manuscritos, feitos pelos jesuítas, quer de línguas africanas, quer de orientais e de etnias brasileiras. Serão expostas "cartilhas, notícias da chegada da tipografia a paragens distantes (caso do Japão), glossários de línguas tão exóticas como o concanim (Índia) ou o tétum (Timor-Leste), transliterações de dialectos brasílicos e angolanos, notas sobre as estruturas das línguas são alguns dos textos manuscritos e impressos que dominam este núcleo central", segundo o mesmo documento.
“O último núcleo mostra a produção sistemática e crítica sobre o confronto do português com línguas que verbalizam civilizações e mundos diferentes”, refere a BNP.
Esta mostra insere-se nas comemorações do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
Notícia do Público (2/6/08).
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