segunda-feira, 7 de julho de 2008

Novidades

Acabou de sair Português Língua Segunda e Língua Estrangeira, pela LIDEL, com coordenação de Paulo Osório e Rosa Marina de Brito Mayer.

"Este volume é constituído por um conjunto de artigos de diversas áreas no âmbito do Ensino do Português Língua Segunda (PL2) e do Português Língua Estrangeira (PLE). Todos eles convergem para os domínios da Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas e da Didáctica de Línguas. Contudo, ressalve-se que emerge, ao longo da obra, uma nova área, ou seja, a área do Ensino-Aprendizagem de PL2 e PLE, enquanto área inovadora e autónoma. Não negamos, todavia, que se trata de um campo subsidiário de outros domínios científicos.

Realçamos para além das várias formas de análise teórico-metodológica do fenómeno linguístico em apreço encontradas neste volume, as múltiplas referências bibliográficas aqui feitas, os diferentes corpora explorados, bem como as múltiplas estratégias de ensino de PL2 e PLE apontadas. Acresce, também, a importância dada a questões de aquisição de L2, nomeadamente no texto intitulado “Aquisição de L2”.

Este livro pretende colmatar alguma falta de estudos neste âmbito, nomeadamente num país com escolas cada vez menos monolingues e monoculturais, onde a diversidade linguística e cultural é cada vez maior." (os coordenadores)


Para mais informações (nomeadamente a lista de contribuições e de autores): http://www.fca.pt/cgi-bin/lidel_main.cgi/?op=3&mnu=10&edicao=1&isbn=978-972-757-517-6

sábado, 14 de junho de 2008

Novidades

O livro on-line "Português para estrangeiros: Territórios e fronteiras" (ISBN: 978-85-61512-00-2) acaba de sair, com organização de Rosa Marina de Brito Mayer e de Ida Rebelo.

Nas palavras das organizadoras:

"Português para Estrangeiros: territórios e fronteiras reúne artigos contendo tanto discussões de assuntos relacionados ao tema quanto resultados de análises de dados, sempre abordando questões surgidas da reflexão oriunda de pesquisas, da prática do ensino de Português a falantes de outras línguas ou de atividades relativas à formação de professores. Sejam essas ações pontuais - como aquelas realizadas em projetos de ensino-aprendizagem à distância -, sejam contínuas - como o curso de Formação de Professores de Português para Estrangeiros oferecido anualmente na PUC-Rio ou as turmas de Português para Estrangeiros, oferecidas tanto na PUC-Rio como em outras instituições do Rio de Janeiro e de outros estados do Brasil, todas estão acolhidas nesta publicação.

Buscamos combinar textos que apresentam uma variedade, no que concerne às produções dos autores, de espaço geográfico, nacionalidade e língua, bem como colocar o foco na questão metafórica dos territórios que constituem a área de estudos e pesquisa do Português como Segunda Língua e a sua prática profissional quotidiana. (continua)"

Todos os textos disponíveis a partir de http://www.letras.puc-rio.br/publicacoes/ccci/geral.html

terça-feira, 3 de junho de 2008

Expansão Portuguesa e Diálogo(s) Intercultural(ais)

A ligação do Português com outras línguas não-europeias é destaque na exposição bibliográfica "Aventura da Língua Portuguesa", que a partir de hoje estará patente na Biblioteca Nacional (BNP).

A mostra, que ficará na sala de Referência da BNP até 29 de Agosto, é comissariada por Telmo dos Santos Verdelho, que no catálogo salienta a "memória histórica da relação interlinguística do português com muitas línguas não europeias", nomeadamente a partir de 1415, quando Portugal conquistou a praça marroquina de Ceuta. Essa influência "alargou-se a toda a África e depois à América do Sul, Ásia e Oceânia", lê-se numa nota à imprensa da BNP.

A mostra está organizada em quatro núcleos: "Percursos e espaços da língua portuguesa no mundo: a expansão marítima e o encontro interlinguístico"; "Contactos próximos: o árabe e o hebraico"; "A produção interlinguística no âmbito da missionação: manuscritos e impressos relativos a África, Brasil e Oriente"; e por último "Lexicografia contemporânea e investigação".

Segundo a mesma nota, "a mostra testemunha a reflexão histórica sobre a diversidade das línguas e culturas e as dificuldades que as mesmas constituíram nas relações iniciais de Portugal com outros povos". A exploração marítima portuguesa e a consequente missionação, tratos de comércio, tratados diplomáticos, revelam "aspectos do mesmo esforço de compreensão da diferença que os documentos agora apresentados comprovam".

O padre José Anchieta assume particular destaque no primeiro núcleo onde estão cartografadas as rotas das caravelas portuguesas que são a origem da actual situação da língua portuguesa no mundo. O "Diário da Viagem de Vasco da Gama" (1498), de Álvaro Velho, é um dos documentos expostos e que "pode ser considerado o primeiro roteiro interlinguístico, onde se encontram múltiplas indicações da consciência da diferença das línguas encontradas e um pequeno glossário da 'linguagem de Calecute'", salienta a mesma nota.

A estreita ligação do hebreu a Portugal é salientada no segundo núcleo que apresenta documentos escritos em hebraico. O comunicado da BNP salienta "a influente e alargada comunidade judaica" e como esta se fez sentir noutros domínios, nomeadamente na cartografia. "O reconhecimento social desta elite urbana exprime-se na inclusão da língua hebraica no currículo humanista a par do grego e do latim". Neste núcleo são também analisadas as ligações com o árabe, desde a conquista muçulmana em 711 e mais tarde com as conquistas portuguesas no Norte de África, a partir de 1415.

O terceiro núcleo é dedicado à missionação e à sua expansão para Oriente, América do Sul e em África. Neste núcleo são apresentados os primeiros dicionários manuscritos, feitos pelos jesuítas, quer de línguas africanas, quer de orientais e de etnias brasileiras. Serão expostas "cartilhas, notícias da chegada da tipografia a paragens distantes (caso do Japão), glossários de línguas tão exóticas como o concanim (Índia) ou o tétum (Timor-Leste), transliterações de dialectos brasílicos e angolanos, notas sobre as estruturas das línguas são alguns dos textos manuscritos e impressos que dominam este núcleo central", segundo o mesmo documento.

“O último núcleo mostra a produção sistemática e crítica sobre o confronto do português com línguas que verbalizam civilizações e mundos diferentes”, refere a BNP.

Esta mostra insere-se nas comemorações do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.

Notícia do Público (2/6/08).

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Saramago, a Língua Portuguesa e o Acordo Ortográfico

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“Sou um sentimental”


Ladeado pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, e pelo comissário da exposição, Fernando Gómez Aguilera, também director cultural da Fundação César Manrique, José Saramago, 85 anos, manifestou-se “muito feliz por estar em Portugal”.

“Eu tenho uma reputação de ser uma pessoa seca, dura, antipática e de ser vaidoso. Mas eu sou um sentimental”, observou, recordando as razões que o levaram a sair do país em 1993: “Fui tratado injustamente nesta nossa terra e sofria.”

“Este país é o exemplo de algumas coisas negativas, mas é o meu país. Descobri, há pouco tempo, que a língua mais bonita do mundo é o português. Talvez por viver no estrangeiro, comecei a saborear as palavras e a reconhecer a sua beleza melódica”, salientou o escritor.

Acordo Ortográfico pouco importante

Para José Saramago, “a língua é o ar que respiramos” e “há uma grande responsabilidade da comunicação social na defesa da língua portuguesa, a de Camões”.

Sobre as polémicas que tem suscitado o Acordo Ortográfico, Saramago comentou que já foi contra e já foi a favor, mas que, fundamentalmente, esta nova reforma “é uma operação estética à língua”, e vai continuar a escrever da mesma forma, “e os revisores que tratem disso”.

“Haverá facções contra e favor, mas não é tanto importante como a língua se apresenta, mas o que diz, o que propõe”, salientou, defendendo que “há que voltar a escrever bem, o que não é um defeito nem ser pretensioso”, ironizou.

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Ler a notícia na íntegra no Público on-line, 23 de Abril de 2008!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Novidades

L’équipe de rédaction de la revue Les Langues Modernes a le plaisir de vous annoncer la parution du n°1/2008 :

« L'intercompréhension»

*SOMMAIRE*

Éditorial, par Bernard DELAHOUSSE et Marie-Pascale HAMEZ
Clin d'oeil, par Benoît CLIQUET
La note du Président de l'APLV, par Sylvestre VANUXEM


* Dossier "L'intercompréhension", coordonné par Christian DEGACHE & Silvia MELO


- Introduction du dossier : un concept aux multiples facettes par Christian DEGACHE & Silvia MELO
- Que peut apporter la didactique de l'intercompréhension aux systèmes éducatifs européens ? par Franz-Joseph MEISSNER

- Les enseignants d'allemand et le plurilinguisme par Françoise CROCHOT

- Le projet VRAL par Sandrine CADDEO & Dominique CHOPARD
- Itinéraires romans par Dolorès ALVAREZ et Manuel TOST
- Programme de formation et parcours personnels d'apprentissage professionnel par
Ana Sofia PINHO et Ana Isabel ANDRADE
- Intégrer l'intercompréhension à l'université par Encarnacion CARRASCO PEREA
& Christian DEGACHE et Yasmin PISHVA
- Au-delà des familles de langues : le projet Eu&I, par Maria Filomena CAPUCHO & Katja PELSMAEKERS


Suite du dossier sur le site
www.APLV-LanguesModernes.org (réservé aux abonnés, accès codé)
- Le programme Sapir par Mélisandre CAURE, Tilman CHAZAL & Jean-Emmanuel TYVAERT

- Former des professeurs de langues par et pour l'intercompréhension par Monica
BASTOS & Maria Héléna ARAUJO E SA
- De l'exploitation des genres textuels et types discursifs par Araceli GOMEZ FERNANDEZ
& Isabel UZCANGA VILAR

*Hors-thème
- La simulation globale historique par Jérôme BELIARD & Guillaume GRAVE-ROUSSEAU

*Comptes-rendus de lecture
- Les Etats du monde de Michel ARROUAYS, par Daniel THOMIERES

- Histoires de famille/Historias de familias de Jocelyne ACCARDI, par Catherine D'HUMIERES

*C'était il y a ...
- Voltaire Polyglotte, il y a 99 ans dans Les Langues Modernes, par Francis WALLET
*Livres reçus, par Jean-François BROUTTIER



Commandes au numéro et abonnements auprès de l'APLV: 01.47.07.94.82,
http://www.APLV-LanguesModernes.org
Courriel : aplv.lm@gmail.com

terça-feira, 25 de março de 2008

Problemas de expressão???

Ver o vídeo e rebolar de rir... de passagem, tentar identificar todos os problemas... um bom exercício para falantes de PLE (e nem só!!!!)

sexta-feira, 21 de março de 2008

Para quem o Português não é Língua Estrangeira

Acabo de comprar (e ver) um DVD que interessa, na minha humilde opinião, a todos que falam ou se interessam pelo Português, seja como LNM, LE, L2 ou como LM. Foi produzido a partir de programas criados pelo Canal Futura, um canal de "cultura" de excelente qualidade que, infelizmente, só é veiculado (ou quase totalmente) em canais por cabo. Felizmente, fizeram o DVD do qual eu passo à publicidade, sem que isso represente qualquer tipo de interesse financeiro para mim ou para este blog. Apenas por que interessa saber da existência desse tipo de materiais.

Acrescento, também, o comentário crítico encontrado aqui.

  • Umas Palavras

  • BIA CORRÊA DO LAGO


    Este DVD duplo consiste nos melhores programas Umas Palavras exibidos pela canal Futura e comandados pela psicanalista e escritora Bia Corrêa do Lago. Inclui dez grandes entrevistas com os prosadores e poetas: José Eduardo Agualusa, Sérgio Sant´Anna, Lya Luft, Mia Couto, Ronaldo Correia de Brito, Affonso Romano de Sant´Anna, Ferreira Gullar, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes e Antônio Cícero. Umas Palavras revela como cada autor produz seus trabalhos, os processos de criação de cada um com as infinitas possibilidades da nossa língua.
Comentário:
Antes do elogiado Entrelinhas da TV Cultura, alguém já vinha falando de literatura na televisão. Para quem não acompanha a programação do Canal Futura, Bia Corrêa do Lago preparou um DVD duplo com as melhores entrevistas do seu Umas Palavras. Um disco só para poetas e outro só para prosadores. Em tempos de Flip, Bia já passou por escritores tradicionalmente resistentes e por entrevistados duros-na-queda. Talvez por ser filha de Rubem Fonseca, Bia saiba muito bem lidar com essas criaturas por vezes arredias, reticentes e, às vezes até, agressivas. Sutilmente, com algumas pequenas intervenções, Bia Corrêa do Lago conduz a conversa sempre em alto nível, “soltando” devagar o entrevistado, catalogando revelações e arrancando sorrisos até de gente geralmente séria como Sergio Sant’Anna e Ferreira Gullar. Sem um impulso preferencialmente crítico, Bia junta desde criadores da língua como Mia Couto até autores de best-sellers como Lya Luft; desde contistas promissores como Ronaldo Correia de Brito até letristas de MPB como Antonio Cicero; desde poetas (e cronistas) como Affonso Romano de Sant’Anna até verdadeiros performers literários como José Eduardo Agualusa. No DVD do Umas Palavras, são dez entrevistas no total. Com menos de meia hora cada uma, é possível assistir a um disco todo numa sentada, porque o papo flui, livre de academicismos e acima das picuinhas do mundo literário. Mesmo figuras tarimbadas que parecem repetir sempre a mesma entrevista para diferentes veículos, no Umas Palavras, têm alguma coisa nova para falar. Sergio Sant’Anna, por exemplo, falou do filho, o também escritor André Sant’Anna; e Affonso Romano de Sant’Anna, outro exemplo, sobre o duplo papel do escritor: de guardião da literatura, da língua, e de colaborador de jornal, comunicador, porta-voz do prosaico. São esses instantes que fazem do Umas Palavras uma iniciativa indispensável. E, ah, já está começando uma nova temporada...

terça-feira, 11 de março de 2008

Colóquio de Didáctica das Línguas-Culturas

Título da comunicação: O Blogue no desenvolvimento da competência plurilingue e intercultural: "falar pelos cotovelos" em Berlim

Resumo

O desenvolvimento de uma competência plurilingue (CP) e intercultural (CI) tem sido colocado como problemática ao nível das práticas de comunicação electrónica, nomeadamente quando integradas em contextos formais de ensino-aprendizagem de línguas-culturas. Destacam-se, numa perspectiva exolingue, sobretudo estudos relativos a fóruns de discussão, a chats e a e-mail, sendo, até ao momento, raros os estudos que tomam o blogue como espaço pedagógico-didáctico de desenvolvimento daquelas competências (por exemplo, Ferrão-Tavares, 2007). Com base neste breve enquadramento, o nosso estudo visa, depois de uma breve explicitação das características deste género electrónico:

- definir “blogue pedagógico-didáctico” à luz das recomendações do QECRL em termos de desenvolvimento da CP e da CI;
- inventariar marcas de dialogismo plurilingue e intercultural observáveis em blogues daquela natureza;
- exemplificar aquelas marcas a partir de um estudo de caso: o bogue “Falar pelos cotovelos”, desenvolvido para o ens-aprend. de Português como LE, em Berlin, junto de aprendentes adultos de nível C1 do QECRL.

(esta apresentação decorrerá durante o Colóquio que dá título a este post, entre 4 e 5 de Abril, na Universidade do Minho)

sábado, 8 de março de 2008

PL2/PLE: do Brasil para as ex-colônias portuguesas


Colonizado pelos portugueses durante 455 anos, Timor Leste manteve-se fiel à língua e à cultura ibérica. Em 1975, sucumbiu à dominação da Indonésia. Nos 24 anos seguintes, até o plebiscito do ano passado, quando conquistaram a independência nas urnas, os timorenses foram proibidos de comunicar-se em português. Hoje, milhares de adolescentes desconhecem o vocabulário que pais e avós aprenderam na escola.

Esse desvio incomodava o, então, presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense, Xanana Gusmão. Prisioneiro político durante a dominação indonésia, Gusmão, ao visitar o Brasil, entusiasmou-se com um curso da Universidade de Brasília (UnB) destinado a formar especialistas no ensino do português falado no Brasil para estrangeiros. Ele encomendou um projeto para devolver a língua aos jovens - não com o sotaque dos colonizadores. Gusmão também acertou com a Fundação Roberto Marinho a ajuda do Telecurso.

Um grupo de professores da UnB seguiu para Timor Leste no fim do ano 2001. "A demanda por professores que ensinem o português do Brasil é alta, especialmente nos países do Mercosul", dizia Enilde Faulstich, idealizadora do curso e chefe do Departamento de Lingüística, Línguas Clássicas e Vernácula da UnB. No curso da UNB os alunos se habilitam também a lecionar para índios brasileiros, deficientes auditivos, surdos-mudos e comunidades de estrangeiros residentes no Brasil. Com 97 alunos, a primeira turma formou-se em 2001.

Além do acordo com Timor Leste, Enilde articula com o Itamaraty um programa para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. No mesmo ano, professores de Guiné Bissau, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde vieram conhecer o curso.

Nesses países, o português é o idioma oficial. Na linguagem corrente, contudo, prevalecem o crioulo e outros dialetos. Os mestres africanos querem montar um programa capaz de inverter a equação. E popularizar nas ruas o som do Brasil.

Matéria tirada daqui.

Hoje, algumas coisas mudaram, em Cabo Verde, por exemplo, há projetos de EAD com formação de professores partindo tanto de Portugal, Universidade de Aveiro, como de instituições francófonas, caso da AUF - Agencia Universitária de Francofonia, que financia um projeto de ensino de Português, paralelamente com o Francês, entre Cabo Verde e Senegal.