sábado, 8 de março de 2008

PL2/PLE: do Brasil para as ex-colônias portuguesas


Colonizado pelos portugueses durante 455 anos, Timor Leste manteve-se fiel à língua e à cultura ibérica. Em 1975, sucumbiu à dominação da Indonésia. Nos 24 anos seguintes, até o plebiscito do ano passado, quando conquistaram a independência nas urnas, os timorenses foram proibidos de comunicar-se em português. Hoje, milhares de adolescentes desconhecem o vocabulário que pais e avós aprenderam na escola.

Esse desvio incomodava o, então, presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense, Xanana Gusmão. Prisioneiro político durante a dominação indonésia, Gusmão, ao visitar o Brasil, entusiasmou-se com um curso da Universidade de Brasília (UnB) destinado a formar especialistas no ensino do português falado no Brasil para estrangeiros. Ele encomendou um projeto para devolver a língua aos jovens - não com o sotaque dos colonizadores. Gusmão também acertou com a Fundação Roberto Marinho a ajuda do Telecurso.

Um grupo de professores da UnB seguiu para Timor Leste no fim do ano 2001. "A demanda por professores que ensinem o português do Brasil é alta, especialmente nos países do Mercosul", dizia Enilde Faulstich, idealizadora do curso e chefe do Departamento de Lingüística, Línguas Clássicas e Vernácula da UnB. No curso da UNB os alunos se habilitam também a lecionar para índios brasileiros, deficientes auditivos, surdos-mudos e comunidades de estrangeiros residentes no Brasil. Com 97 alunos, a primeira turma formou-se em 2001.

Além do acordo com Timor Leste, Enilde articula com o Itamaraty um programa para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. No mesmo ano, professores de Guiné Bissau, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde vieram conhecer o curso.

Nesses países, o português é o idioma oficial. Na linguagem corrente, contudo, prevalecem o crioulo e outros dialetos. Os mestres africanos querem montar um programa capaz de inverter a equação. E popularizar nas ruas o som do Brasil.

Matéria tirada daqui.

Hoje, algumas coisas mudaram, em Cabo Verde, por exemplo, há projetos de EAD com formação de professores partindo tanto de Portugal, Universidade de Aveiro, como de instituições francófonas, caso da AUF - Agencia Universitária de Francofonia, que financia um projeto de ensino de Português, paralelamente com o Francês, entre Cabo Verde e Senegal.

2 comentários:

boralá disse...

Português de Portugal ou Português do Brasil, o importante é que a língua mantenha a sua vitalidade e cresça, que é a forma que as línguas têm de não morrer...

e um dia Português de Angola, de Moçambique ou de Timor, nas escolas do Rio e de Lisboa???? Isso é que era...

vieira calado disse...

Com diversos sotaques, é em Português que toda esta gente se entende melhor.
Tive bem a consciência disso,
em Londres e Paris,
quando por aí passei anos...
Cumprimentos